Carisma:
Os apóstolos foram chamados por Jesus a promover a palavra de Deus. Assim como eles, Cristo continua chamando as pessoas para segui-lo. Algumas pessoas são chamadas a servir à Igreja como leigos e outras, como religiosos, nas diversas ordens e congregações. Por isso, toda vocação cristã é, antes de mais nada, uma vocação ao seguimento de Jesus. Na Igreja Católica, há diversas formas de segui-lo e servi-lo, o que se chama de carisma. “Quanto mais um carisma dirigir o seu olhar para o coração do Evangelho, tanto mais eclesial será o seu exercício”, Papa Francisco em sua encíclica A alegria do Evangelho.
O carisma da Companhia de Jesus é o serviço da fé, do qual a promoção da justiça, o diálogo inter-religioso e com a cultura moderna são frutos de uma fé comprometida com o Reino. Há atitudes, valores e padrões de conduta que, em seu conjunto, constituem o que podemos chamar de características da vocação à Companhia de Jesus. Elas nasceram da vida de Inácio e dos primeiros jesuítas e das necessidades apostólicas encontradas. Essas características hoje são as seguintes:
- profundo amor pessoal a Cristo: A profunda identificação pessoal com Cristo é a principal característica da vocação jesuítica.
- contemplativos na ação: O jesuíta sente-se unido ao Deus que trabalha continuamente pela salvação de todos.
- um Corpo Apostólico na Igreja: O jesuíta está ligado à Igreja e ao Papa, para que este o envie para onde houver maior necessidade.
- ao lado dos mais necessitados: Fazem-se solidários com os pobres para que possam participar dos processos que modelam a sociedade.
- parceria com outros: Os jesuítas desenvolvem ampla rede de parceria e colaboração com outros, cumprindo a oração sacerdotal de Cristo: “que todos sejam um” (Jo 17,20).
- um ministério instruído: É característica da vocação jesuíta superar preconceitos mediante o estudo, o ensino e a reflexão teológica e fazer do Evangelho uma verdadeira “Boa Nova”.
- homens disponíveis para novas missões: O jesuíta deve ser alguém consagrado à missão, livre de todo interesse mundano e livre para servir a todos.
- sempre em busca do magis: É preciso que o jesuíta não se acomode com o já realizado e tenha uma audácia que o leve a novas fronteiras e a novos desafios.
Estamos convencidos de que Deus chama a cada um em particular. Entretanto, cremos que, algumas vezes, esse chamado particular é feito a indivíduos que servirão em uma missão comum, uma mesma e única vocação. A Companhia de Jesus é, portanto, uma possibilidade entre muitas de se fazer servidor da missão de Cristo.
Assim, explicitar a dimensão vocacional em nossas obras é reconhecer e valorizar nosso próprio chamado e abrir caminhos para que os jovens conheçam e tenham a coragem de responder fielmente aos apelos que Deus lhes propõe. É aproximar do sonho de ver surgir, entre as pessoas com quem trabalhamos, vocações para a Companhia de Jesus.
Vocação e Formação:
Com o objetivo de prestar um serviço à Igreja, a Companhia de Jesus trabalha o Discernimento Vocacional em três etapas:
PROMOÇÃO: Todas as atividades promovidas pela Companhia de Jesus para a juventude levam os jovens a se perguntarem pelo sentido da vida. Em todas as regiões do Brasil, são organizados Exercícios Espirituais para Jovens, propondo a eles a elaboração de seus projetos de vida. Os Centros, as Casas, os Espaços MAGIS e as obras da Companhia de Jesus organizam, na programação anual, além das atividades cotidianas para jovens, atividades específicas para o despertar vocacional.
ACOMPANHAMENTO: O serviço de acompanhamento dá-se de forma pontual e contínua com aqueles que se encontram inquietos vocacionalmente. O jesuíta busca, no acompanhamento, apresentar e perceber sinais vocacionais no jovem para a Companhia de Jesus. Esse acompanhamento ocorre de forma individual e em grupos, por meio dos GAVI (Grupo de Acompanhamento Vocacional Inaciano). Após o acompanhamento vocacional responsável e contínuo ser aprovado, o candidato será enviado a uma de nossas residências para dar continuidade ao discernimento vocacional, tendo como horizonte a entrada no Noviciado da Companhia de Jesus.
PLANO DE CANDIDATOS: O projeto de discernimento vocacional em residências da Província permite ao candidato um acompanhamento e discernimento mais aprofundados, que o ajudam a crescer na consciência e liberdade para responder ao chamado à vida religiosa na Companhia de Jesus. Por meio da convivência comunitária e da identificação com um grupo de jesuítas, busca-se ajudá-lo em seu processo de discernimento vocacional, para confirmar e decidir-se a pedir ingresso ou não na Companhia de Jesus.
FORMAÇÃO JESUÍTA: Uma das características da Companhia de Jesus é a sólida formação de seu corpo apostólico. Nesse tempo, dividido em várias etapas, os jesuítas são preparados para a missão. Para mais detalhes sobre as etapas de formação dos jesuítas (clique aqui).
Contato:
O jovem que está inquieto vocacionalmente e deseja conhecer a Companhia de Jesus deve procurar uma obra ou missão da Companhia na cidade mais próxima, principalmente as que trabalham diretamente com jovens, e manifestar o desejo a um jesuíta, que fará os encaminhamentos necessários.
Acompanhe as notícias sobre as Vocações Jesuítas na página do Facebook (clique aqui) e para obter mais informações sobre o processo de acompanhamento vocacional entre em contato pelo e-mail: vocacao@jesuitasbrasil.org.br ou através do fone: (55)3381-1375.
A presença dos Jesuítas na Diocese:
A presença da Companhia de Jesus no território que hoje compreende a Diocese de Santo Ângelo remonta ao período das reduções jesuítico-guaranis. A ordem religiosa esteve muitos anos presente na antiga Diocese Uruguaiana, realizando diferentes apostolados. Sob o ardor missionário e ousadia apostólica do Pe. Max von Lassberg, fundador de Serro Azul (a atual Cerro Largo) os jesuítas retomaram sua presença no território missioneiro a partir de 1902.
Um marco importante do apostolado jesuítico nestas terras foi a atuação na Paróquia Sagrada Família de Nazaré, de Serro Azul (1923-1956) administrada por estes religiosos. Como parte de sua missão apostólica os jesuítas também construíram e assumiram a direção do Seminário São José, de Cerro Largo (1937-1956). Além disso, estes religiosos também atenderam a outras paróquias da região missioneira, ora como párocos, ora como vigários. Assim, estiveram em Caibaté (1963- 1969), no Santuário de Caaró (1963-1988), em Pirapó (1970-1976), em São Miguel das Missões (1978-1989) e em São Nicolau (1985-1990). Foram capelães do Convento das Irmãs Filhas do Amor Divino, em Cerro Largo (1963-2001), atuaram também em São Borja (1974-1979), em Santo Ângelo (1977) e em São Paulo das Missões (1990-1992) paróquias nas quais os jesuítas estiveram como vigários.
Na atualidade os jesuítas retornaram às terras missioneiras a partir do diálogo e discernimento espiritual do Bispo Diocesano, Dom Liro Vendelino Meurer e do Provincial dos Jesuítas do Brasil, Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ. Como fruto desse processo estabeleceu-se o retorno dos jesuítas à região assumindo o cuidado pastoral da Paróquia de São Miguel das Missões, sendo hoje o pároco é o Pe. Hildo Inácio Rasch, SJ, o Pe. Rui Körbes, SJ, o vigário paroquial e o Ir. Celso Schneider, SJ colaborando no apostolado paroquial e em outras atividades culturais na região.