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Domingo da Palavra de Deus

Seja no calendário civil ou religioso, existem certas datas que recebem um destaque. Em sua tradição e no seu jeito de organizar a vida, os grupos humanos criam ocasiões que consideram especiais. Tais dias se tornam solenes, são celebrados, são vividos com festa. Constituem-se como fonte de alegria, reavivam a memória, projetam luz no caminho marcado por sombras e incertezas, apontam horizontes de esperança.

A definição e observância de tais datas solenes pode resultar de acontecimentos decisivos na vida e história de um povo; ou surgem do propósito de destacar dimensões significativas a merecer atenção continuada. Por certo, a essa vivência está associada a intenção de fortalecer traços da identidade do grupo ou de assegurar a manutenção da vitalidade de razões de sua existência.

Pela publicação de uma Carta Apostólica, em setembro de 2019, o Papa Francisco convida o povo de Deus a dedicar um domingo especial, celebrar o “domingo da Palavra de Deus”. Ele lembra que, antes de sua Carta, sugeriu “que se pensasse num domingo dedicado inteiramente à Palavra de Deus, para compreender a riqueza inesgotável que provém daquele diálogo constante de Deus com o seu povo”.


Proposição


Após introduzir, na Carta, suas intenções e motivações, o Papa proclama: “Portanto estabeleço que o III Domingo do Tempo Comum seja dedicado à celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus”. A data proposta ocorre após o tempo solene das celebrações do Natal do Senhor, antes de se iniciar o tempo da Quaresma. Agrega a essa proposição uma sugestão prática: “as comunidades encontrarão a forma de viver este Domingo como um dia solene”. Confia, pois, à iniciativa e criatividade das comunidades esta celebração.

Na sua Carta apresenta uma razão especial para tal iniciativa. Ele afirma: “este Domingo da Palavra de Deus colocar-se-á, assim, num momento propício daquele período do ano em que somos convidados a reforçar os laços com os judeus e a rezar pela unidade dos cristãos”. Desse modo, aponta com muita convicção para este horizonte de esperança: sua confiança de que esta celebração fortaleça o caminho de unidade dos grupos humanos herdeiros da tradição bíblica. Ele anota: “a Sagrada Escritura indica, a quantos se colocam à sua escuta, o caminho a seguir para se chegar a uma unidade autêntica e sólida”.


Jeitos de celebração


Entre as motivações para essa proposição, o Papa faz questão de ressaltar o “sentido de se poder celebrar o Domingo da Palavra de Deus em toda a Igreja e com unidade de intenções”. Tal aspecto ajudará a destacar o caráter solene dessa iniciativa. Afinal, trata-se de celebrar uma realidade decisiva na vida do povo de Deus, uma preciosidade a merecer sempre maior estima e apreço.

Para que fique destacado este aspecto solene, o Papa também oferece algumas sugestões bem práticas, jeitos que o favoreçam. Entre elas, cabe mencionar: “na celebração eucarística, se possa entronizar o texto sagrado” (gesto muito conhecido, que ajuda a comunidade a perceber o seu grandioso valor!); “colocar em evidência a sua proclamação” (assim se mostra o serviço que se presta à Palavra do Senhor: nas celebrações, ela não é lida, mas anunciada!); quem presida a celebração possa “encontrar formas de entregar a Bíblia a toda a assembleia” (gesto que, no dizer do Papa, lembra “a importância de continuar na vida diária a leitura e a oração com a Sagrada Escritura”). Por certo, a criatividade e o espírito celebrativo de lideranças ajudarão a encontrar jeitos de solenizar esta data.


Autor: Pe. Carlos José Griebeler

Pároco da Paróquia Ascensão do Senhor, de Santo Cristo

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